terça-feira, 9 de outubro de 2012

Mitificação do Herói em Os Lusíadas



A Mitificação do Herói
Proposição (Sumário do poema; aspectos fundamentais)
. Expressão da intenção do poeta -» Glorificar os feitos dos portugueses através do canto épico.
. Indicação da dimensão colectiva do herói
. Anúncio dos quatro planos estruturais da narração:
- O Plano da Viagem
- O Plano da História
- O Plano do Poeta
- O Plano Mitológico
Camões ascende os humanos a um plano de imortalidade, pela grandeza e pela suplantação dos Deuses.
O Processo de mitificação eleva o herói a um estatuto superior e imortal que suplanta o dos heróis antigos (Ulisses, Eneida, Alexandre etc.)
Invocação (invocação de divindade para ajuda na criação de um estilo diferente, de grandiosidade, para cantar os feitos dos heróis portugueses)

Dedicatória (dirigido ao Rei D. Sebastião) por vários motivos:
- Motivo de ordem material: Benéfico economicamente (o que aconteceu com a atribuição de uma tença;
- Motivos de natureza elevada: Ao cantar a imortalidade do herói, ele próprio também se torna imortal.


Plano da História de Portugal:
 Viriato (canto III est. 22): o “pastor”, o primeiro responsável pela criação de Portugal.
 Egas Moniz (canto III est. 35-40, invocado através de Vasco da Gama):Amo de D. Afonso Henriques, a quem era fiel e leal, oferece a sua vida ao Rei de Castela.
 Batalha de Ourique (canto III est. 24): o poeta assinala a supremacia do exército Mouro, sobre o português. Todavia D. Afonso Henriques vence o inimigo de forma heróica.
 Batalha de Aljubarrota (canto IV est.28 a 45): o poeta invoca a figura Nun’Alvares Pereira, o herói que desafia os seus compatriotas a lutarem contra os invasores. O poeta evidencia os atributos próprios de um herói:
. audácia
. liderança
. determinação
. energia
. sabedoria
. defesa de um ideal da liberdade
Os portugueses conseguem a vitória sobre os castelhanos, garantido a defesa da liberdade da pátria do jugo castelhano.



No Plano da Viagem:
 “As Cousas do Mar” – os portugueses deparam-se com vários fenómenos:
. O fogo Santelmo
. Tromba marítima
A superação do medo torna os navegadores portugueses em verdadeiros argonautas.
 O episódio do Adamastor – simboliza a luta desproporcional entre os homens e os deuses. (canto V est. 37-60)
Este episódio liga ao da Ilha dos Amores quando Vasco da Gama interroga o gigante sobre a sua identidade.



Ilha dos Amores:
 (cantos IX e X est. 18-92 e 1-142)
A chegada das naus constitui o ponto máximo do processo de mitificação dos heróis. O amor aparece como Prémio e forma de alcançar a imortalidade. São as próprias deusas que escolhem os homens – navegadores - para com eles se relacionarem, legitimando, assim, o seu estatuto de heróis e imortalizando-os.
Dentro do episódio assiste-se a um progressivo construir de um ambiente que potencializa a divinização dos heróis.
. O aparecimento da ilha, mágico e súbito;
. A discrição idílica e sensacional da ilha, correspondente ao “locus amoenus” clássico;
. Os jogos de sedução das “belas deusas” aconselhadas pela “mestra ezperta”, após o desembarque dos heróis portugueses;
. A coroação e a sagração dos heróis através do amor sensual com as ninfas;
. A constatação de que o esforço e o sacrifício conduzem à “fama grande”;
. Os deleites que a ilha oferece.